Alegre avisa que o principa défice é o social
Transcrição da TSF online
Ouça aqui trechos do discurso de Manuel Alegre no Congresso do PS
Manuel Alegre foi muito aplaudido, este sábado, pelos delegados ao congresso do PS. Com um discurso marcadamente à esquerda, o ex-candidato presidencial advertiu o Governo para as suas responsabilidades no combate ao défice social.
Numa intervenção que ultrapassou largamente os três minutos de tempo limite dados pela mesa do congresso a cada delegado, Manuel Alegre afirmou que não consegue fazer «o discurso da auto-satisfação enquanto houver dois milhões de pobres e meio milhão de desempregados no país».
Numa nota de solidariedade em relação ao executivo de José Sócrates, o vice-presidente da Assembleia da República salientou perante os congressistas que o resultado do actual Governo será também o seu resultado.
No entanto, Alegre sustentou que «os sacrifícios das finanças públicas só valem a pena se servirem para resolver o principal défice do país, que é o social».
Na sua intervenção, o ex-candidato presidencial começou por saudar José Sócrates pela sua recente reeleição para a liderança dos socialistas, mas também os subscritores (Helena Roseta, José Leitão e Fonseca Ferreira) de moções alternativas à do secretário-geral, «porque em política contam também as ideias, para além dos resultados».
Os maiores aplausos da plateia ouviram-se quando o vice-presidente da Assembleia da República repudiou a condenação à morte do ex-chefe de Estado do Iraque Saddam Hussein, quando saudou a recente vitória dos democratas nos Estados Unidos e quando apelou ao PS para que legisle no Parlamento a favor da despenalização do aborto, mesmo que o resultado do referendo não seja vinculativo.
Depois, Alegre evocou a obra política dos antigos ministros socialistas António Arnaut e Salgado Zenha, mas para deixar algumas críticas à actual actuação do Governo.
«Para a história do socialismo fica a criação do Serviço Nacional de Saúde por António Arnaut e não as taxas moderadoras nos internamentos. Para a história do socialismo fica a criação do sindicalismo livre por Francisco Salgado Zenha», declarou, antes de deixar um recado: «Socialismo e movimento sindical nasceram juntos e juntos têm de continuar, por maiores que sejam as dificuldades», defendeu.
Após uma crítica ao «capitalismo sem regras» que se instalou à escala global após a queda do muro de Berlim, Alegre considerou que o grande desafio ontológico que se coloca ao Governo socialista «é saber como resistir» a esta nova lógica neo-liberal e aos compromissos com Bruxelas «sem colocar em causa os direitos sociais».
«A reforma da administração pública tem de ser feita com e não contra os funcionários públicos. No estilo e no método de se fazer essa reforma, há muitas diferenças», avisou o dirigente socialista derrotado por José Sócrates no congresso do PS de 2004.
Na sua intervenção, respondeu também ao discurso feito por
Sócrates na véspera, lembrando o seu passado de resistência ao fascismo.
«Aprendi muito a ouvir a rua, quando participei em
manifestações corridas a cacete. Importa também que o Governo saiba dar um sentido e uma esperança aos cidadãos», declarou o ex-candidato a Presidente da República.
Ouça aqui trechos do discurso de Manuel Alegre no Congresso do PS
Alegre avisa que o principal défice é o social
Manuel Alegre foi muito aplaudido, este sábado, pelos delegados ao congresso do PS. Com um discurso marcadamente à esquerda, o ex-candidato presidencial advertiu o Governo para as suas responsabilidades no combate ao défice social.
Numa intervenção que ultrapassou largamente os três minutos de tempo limite dados pela mesa do congresso a cada delegado, Manuel Alegre afirmou que não consegue fazer «o discurso da auto-satisfação enquanto houver dois milhões de pobres e meio milhão de desempregados no país».
Numa nota de solidariedade em relação ao executivo de José Sócrates, o vice-presidente da Assembleia da República salientou perante os congressistas que o resultado do actual Governo será também o seu resultado.
No entanto, Alegre sustentou que «os sacrifícios das finanças públicas só valem a pena se servirem para resolver o principal défice do país, que é o social».
Na sua intervenção, o ex-candidato presidencial começou por saudar José Sócrates pela sua recente reeleição para a liderança dos socialistas, mas também os subscritores (Helena Roseta, José Leitão e Fonseca Ferreira) de moções alternativas à do secretário-geral, «porque em política contam também as ideias, para além dos resultados».
Os maiores aplausos da plateia ouviram-se quando o vice-presidente da Assembleia da República repudiou a condenação à morte do ex-chefe de Estado do Iraque Saddam Hussein, quando saudou a recente vitória dos democratas nos Estados Unidos e quando apelou ao PS para que legisle no Parlamento a favor da despenalização do aborto, mesmo que o resultado do referendo não seja vinculativo.
Depois, Alegre evocou a obra política dos antigos ministros socialistas António Arnaut e Salgado Zenha, mas para deixar algumas críticas à actual actuação do Governo.
«Para a história do socialismo fica a criação do Serviço Nacional de Saúde por António Arnaut e não as taxas moderadoras nos internamentos. Para a história do socialismo fica a criação do sindicalismo livre por Francisco Salgado Zenha», declarou, antes de deixar um recado: «Socialismo e movimento sindical nasceram juntos e juntos têm de continuar, por maiores que sejam as dificuldades», defendeu.
Após uma crítica ao «capitalismo sem regras» que se instalou à escala global após a queda do muro de Berlim, Alegre considerou que o grande desafio ontológico que se coloca ao Governo socialista «é saber como resistir» a esta nova lógica neo-liberal e aos compromissos com Bruxelas «sem colocar em causa os direitos sociais».
«A reforma da administração pública tem de ser feita com e não contra os funcionários públicos. No estilo e no método de se fazer essa reforma, há muitas diferenças», avisou o dirigente socialista derrotado por José Sócrates no congresso do PS de 2004.
Na sua intervenção, respondeu também ao discurso feito por
Sócrates na véspera, lembrando o seu passado de resistência ao fascismo.
«Aprendi muito a ouvir a rua, quando participei em
manifestações corridas a cacete. Importa também que o Governo saiba dar um sentido e uma esperança aos cidadãos», declarou o ex-candidato a Presidente da República.
1 comentários:
Salgado Zenha, gran jurista bracarense
By Anónimo, às domingo, fevereiro 11, 2007 1:57:00 da tarde
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