António Arnaut e Manuel Alegre subscrevem petição em defesa do SNS
[13-01-2008]- Pag. do MIC NACIONAL
O fundador do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é o primeiro subscritor da petição em defesa do SNS "geral, universal e gratuito" que será lançada publicamente no dia 20 e tem como objectivo reunir 100 mil assinaturas para contrariar o rumo das políticas de Sócrates e Correia de Campos. Além de Arnaut, são já conhecidos outros dois signatários duma petição: o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, e o deputado socialista e ex-candidato presidencial Manuel Alegre.
António Arnaut não poupa críticas à política do ministro da Saúde, que classifica de "ultraliberal". 30 anos depois de ter feito a lei que instituiu o SNS, Arnaut olha para o rumo actual da política de saúde com grande insatisfação, e vê nela uma "política de terra queimada: estamos perante um ultraliberalismo sem regras e à solta", declarou ao semanário Expresso.
"Não podemos consentir que se retirem os cuidados de saúde a uma população já sacrificada pelo desemprego, disse o "pai" do SNS, que quer ver a petição discutida na Assembleia da República. E já antevê a reacção dos deputados socialistas, que serão obrigados "a pôr as cartas na mesa. Se não quer mudar de nome, [o PS] tem de defender certos valores que fazem parte da sua matriz", diz António Arnaut, que também lamenta que "poucas vozes se levantem em defesa da maior conquista social do século XX português".
Manuel Alegre é outro dos primeiros signatários da petição, tal como o bastonário dos Médicos Pedro Nunes (que auto-suspendeu o mandato para se recandidatar às eleições na Ordem, cuja segunda volta se disputa no dia 16 de Janeiro).
A petição começa a recolher assinaturas ainda este mês e surge de uma iniciativa do Bloco de Esquerda, que quer pôr a defesa do SNS no topo da agenda política nacional no primeiro semestre do ano. Numa recente reunião da Mesa Nacional, os dirigentes bloquistas aprovaram uma resolução que previa estabelecer contactos para a constituição de "um movimento social e político em defesa do SNS que ultrapasse os limites das lutas locais e profissionais e que vá para além das fronteiras do parlamento e do Bloco". Para os bloquistas, este movimento teria de ser "independente, plural, representativo e dinâmico". A recolha de assinaturas em defesa do SNS e pelo recuo das políticas do governo será feita nas ruas por todo o país - a começar dia 20 com uma banca à porta do hospital Amadora-Sintra - e também numa página dedicada na internet.
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