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2008/04/21

Um milhão de trabalhadores estão em situação precária

Nuno Miguel Pereira com Lusa | npereira@destak.pt

Aos 872 mil funcionários sem vínculo juntam-se cerca de 100 mil que trabalham ilegal ou clandestinamente. Ou seja, um quinto da população está em situação precária, com metade dos jovens até aos 25 anos sem contrato de trabalho, tal como 52% das mulheres. Os falsos recibos verdes são outro flagelo.

A luta contra a precariedade no emprego foi assumido como prioritária pelo ministro do Trabalho e Solidariedade Social, Vieira da Silva, mas a verdade é que, nesta matéria, muito está ainda por fazer.

Os números revelam que cerca de um quinto da população activa portuguesa não tem um vínculo laboral permanente. São cerca de 872 mil pessoas, às quais se juntam cerca de 100 mil trabalhadores que desempenham actividades de forma ilegal ou clandestina.

Jovens precários

É nos jovens que a precariedade laboral mais se faz sentir. De acordo com os dados oficiais, cerca de metade dos jovens até aos 25 anos não têm contrato de trabalho.

Uma situação que se agrava nas mulheres, uma vez que 52,1% trabalham sem vínculo. O cenário é ligeiramente mais animador na faixa entre os 25 e os 29 anos, uma vez que a precariedade afecta 35,9% dos trabalhadores.

Os falsos recibos verdes são outro dos flagelos, o que levou à criação da associação FERVE (Fartos d'Estes Recibos Verdes). Segundo Arménio Carlos, da Comissão Executiva da CGTP, são cerca de 100 mil os trabalhadores que, embora registados como profissionais independentes, são «falsos trabalhadores independentes».

A administração pública, a defesa e a segurança social são as actividades laborais que registam uma maior percentagem de trabalhadores precários.